Translate

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Bicho da Vez Muçum (Synbranchus marmoratus) Os Synbranchidae são peixes que se destacam pela sua forma característica, possuindo um corpo cilíndrico, alongado, sem escamas (ou com escamas pequenas), sem costelas, nadadeiras rudimentares ou até mesmo ausentes. Também não possuem bexiga natatória (órgão que auxilia a controlar a profundidade do mergulho), e seus olhos são pequenos. Esta forma corporal curiosa, acaba fazendo com que os Synbranchidae sejam muitas vezes confundidos com serpentes. O nome desta família de peixes também está relacionado a uma de suas principais características, derivando do grego syn (unidos) + branchia (brânquias, guelras) = “brânquias unidas”. A água que entra pela boca dos peixes, passa pelas brânquias (que capturam oxigênio para respiração) e sai pelas fendas branquiais. Mas no caso dos Synbranchidae, há apenas uma fenda branquial composta por um orifício ventral, e não duas aberturas laterais, uma em cada lado da cabeça, como estamos acostumados a ver na maioria dos peixes. Os Synbranchidae são peixes muito diferenciados, e acabam sendo confundidos com serpentes. Se compararmos com outras famílias de peixes ósseos (que podem ter centenas de espécies), os Synbranchidae constituem um grupo pequeno, com apenas quatro gêneros e pouco mais de vinte espécies, distribuídos na região tropical da Ásia, na Oceania, oeste da África, América Central e América do Sul. O gênero Synbranchus é o único dessa família que ocorre no Brasil, com três espécies popularmente conhecidas como muçum, enguia-do-pântano ou cobra-d’água (embora sejam peixes). A espécie Synbranchus marmoratus é o muçum mais comum e mais conhecido. Hábitos e alimentação Synbranchus marmoratus ocorre do México à Argentina, vivendo em lagos, córregos, brejos, pântanos e rios, sendo visto ocasionalmente em água salobra. Pode habitar o interior de cavernas, ou tocas nas margens dos rios para se abrigar. À noite, o muçum pode migrar de um corpo d’água para outro próximo, rastejando pelo chão. Para isso, ele conta com mais uma adaptação: a respiração aérea. Ou seja, pode respirar fora da água, graças à faringe altamente vascularizada, que funciona como um pulmão. Muçum em aquário. Repare na fenda branquial, na região da “garganta”. O muçum é um predador de hábitos noturnos, se alimentando de presas vivas, principalmente crustáceos, moluscos e pequenos peixes, mas também insetos, minhocas e materiais vegetais. Nos períodos de seca, o muçum costuma cavar uma toca em forma de tubo, onde permanece em estado letárgico até o início das chuvas, ou caso surja alguma ameaça. Sua pele libera grande quantidade de muco, e assim se mantém umedecida, enquanto alterações na fisiologia de órgãos como rins e fígado garantem a sobrevivência sem alimentação

Nenhum comentário:

Postar um comentário