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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Contos Do Prisioneiro

"Outrora, pois já se faz uma dezena de anos, que larguei minha trajetória digamos socialmente tida como, " criminosa", porém nunca deixei de me orgulhar dos meus atos, nada fiz de injusto, além de defender minha vida e a vida de terceiros, porém, sempre existirá um boi de piranha, um mais fraco, certo que nunca fui um anjo, lutei, empunhei fuzis atirei muito em favelas rivais, somente em uma noite cheguei dar mais de 300 tiros em guerra, atirando, com pistolas, fuzis para arrancar os vermes dos ADA de uma de nossas favelas.
Nunca precisei roubar nada de ninguém, era reconhecido e temido, era tiroteio, infelizmente a fama, não conspirava para minha sorte, e acabei desafiando delegados, promotores, juízes e desembargadores, deixei  corruptos estendidos no chão, gente poderosa armada, e não fui detido, fui procurado, caçado vivo ou morto, acabei preso, e levado para polinter na praça Maúa, participei de rebeliões, tanto nesse lado do muro contra no outro lado, nunca fugi do caô.
O problema era eu, quer encontrar problemas venha na minha direção, nunca temi a morte, pois quem mata não têm medo de morrer, morrer, nós é trivial.
Quando enfiado para cadeia, sozinho invadi o seguro, lugar de presos vacilões,, quebrei os cadeados e furei mais de três estupradores, com figas de vergalhão amarrados em cabos de vassouras.
Muitos deviam ter orgulho disso, eletrocutei um por uma noite inteira, com socos nas unhas, furando-os seus olhos com pontas de cigarro.
Fiz o que era certo, enfrentei coloquei pistola na cara de desembargador corrupto, troquei tiros com autoridades, não me rendi, lutava todos os dias sabendo que estava lutando contra um sistema de escravidão e apartheid.
Como me lembro dos meus dias na favela, deixei muitos amigos ali mas mais de 90% morreram, outros se viciaram, saudades de invadir o paiol dos alemães e roubar suas armas, gostava disso.
Tenho certeza que incomodei e ainda incomodo os fariseus do judiciário sinagoga de satanás, que não podiam ver um sírio, desafiando os sionistas, os vermes togados.
Apanhei muito mas bati muito também, as maiores lutas são aquelas que lutamos sozinhos pela nossa vida.
Me lembro como se fosse hoje, do dia que recebi meu alvará, foi uma comemoração, batia com o crânio nas grades, chutava a tranca, cada um dos meus mais de dez mil chutes na tranca das celas até que empenassem ou quebrasse a coluna era um tiro contra o sistema, cada tiro que disparei, foi um tiro contra o sistema, nunca gostei desse sistema de merda, que coloca despreparados, porcos e bastardos para nos adestrar e educar, minha natureza sempre foi assim, nunca troquei meus ideais por materialismo.
Hoje minha única luta é pelo leite da minha filha e o bem estar de minha mulher, mas que nunca se duvide, serei sempre um rebelde, ou um terrorista, mas nunca vou me trocar, nem perderei minha identidade para me tornar-se um cara da moda como se dita o consumismo secular sionista de agiotas legalizados, na cadeia os mando para o buraco cheios de furos"

Cartas Encontradas em  Sebo do centro

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